sexta-feira, 27 de julho de 2012

FundersClub aproxima startups e investidores


Por Priscila Zuini, de Exame.com

A empresa pode transformar praticamente qualquer um em investidor-anjo

Dreamstime.com
Dólares
Money: neste modelo, quem dá dinheiro tem chance de retorno financeiro
São Paulo – Há mais de um ano, o financiamento coletivo, ou crowdfunding, virou moda entre os empreendedores. Surgiram e continuam surgindo dezenas de sites que levantam capital para eventos, shows e até atletas. Em meio a este mercado, a startup americana FundersClub criou um site para que quase todo mundo se transforme em um investidor-anjo e possa colocar dinheiro em startups.
A principal diferença entre o FundersClub e os sites de financiamento coletivo é que o investidor também fatura. Em sites como o Kickstarter, quem colabora, na verdade, é tido como um doador e não tem retorno financeiro do projeto. Desde a escolha das empresas até a troca de documentos devem ser feitas online. O investidor ganharia quando a empresa fosse vendida ou abrisse capital na bolsa, mas ainda não há garantias de que quem investir vai mesmo ter retorno.
Segundo o site especializado em tecnologia e startupsTechCrunch, a empresa vai mudar a forma como essas companhias recebem capital nos Estados Unidos. O site permite que os investidores coloquem entre 1 mil e 5 mil dólares em startups. Neste primeiro momento, só pessoas com renda anual acima de 200 mil dólares ou patrimônio líquido pessoal de 1 milhão de dólares podem fazer os investimentos.
Apoiada pelos fundos Y Combinator, First Round Capital e Start Fund, a empresa pretende, no entanto, mudar esta condição e permitir, no futuro, que literalmente qualquer um com dinheiro possa investir em startups, aumentando e muito as possibilidades de investimento. O  site ainda não está gerando receita, mas a ideia é faturar com a liquidez dos investidores.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quer empreender? Sete motivos para ser um empreendedor


Você já pensou em trocar um emprego estável, com salário certinho no final do mês, um chefe autoritário e as normas rígidas de uma empresa pela vida ágil e imprevisível de um empreendedor? É preciso estar disposto a trabalhar muito, é claro, mas diante de desafios e oportunidades cuja motivação será inteiramente diferente.
Hoje vamos falar sobre os principais motivos para apostar no empreendedorismo como fonte de renda – e, claro, como fator de realização pessoal. Separei sete razões para seguirmos esse caminho. Confira!
1. Gostar de desafios. Para ser empreendedor é essencial gostar de correr riscos, de desafios e de superar obstáculos. Não há negócio 100% seguro e sempre haverão os altos e baixos. Portanto, é preciso gostar de enfrentar desafios para ingressar nesse meio. Quem prefere uma vida pacata e estável não deve se aventurar como empreendedor.
2. Parar de receber ordens. Um lado maravilhoso de ser empreendedor é ser seu próprio patrão. É você quem vai estabelecer seus horários, suas metas e terá a liberdade de escolher seus parceiros e clientes. Isso, sem dúvida, dá uma sensação de liberdade incrível. Mas é preciso ter muita responsabilidade, é claro.
3. Liberdade de escolha Ser dono do próprio negócio faz de você o “dono do seu nariz”. Assim, você vai poder agir da maneira que considera sempre mais acertada, mais honesta e mais eficaz. Você é quem decide os caminhos que seu negócio vai seguir.
4. Fugir da monotonia. Ter o próprio negócio é sempre desafiador e dinâmico, pois o mercado muda o tempo todo. Portanto, a vida de um empreendedor é sempre movimentada, ágil, cheia de imprevistos e nunca segue aquela sequência mecânica da vida de um funcionário com carteira assinada. A monotonia não existe na vida do empreendedor.
5. Flexibilidade de horários. Você pode escolher quais os melhores horários para executar as tarefas de seu negócio. Se você é mais produtivo à noite, poderá se dedicar mais ao trabalho nesse período, pois é você quem faz sua rotina. Aqui, você não estará sujeito e rigidez de um cartão de ponto.
6. Possibilidade de ganhos maiores. Se por um lado é ruim o fato de não ter um salário fixo, por outro essa realidade tem suas vantagens. Pois, se a empresa é bem organizada, sua renda poderá ser bem maior que a de um salário prefixado. Não ter limites pode significar voos mais altos (mais dinheiro no bolso com o crescimento da empresa).
7. Realizar seus sonhos. Ter seu próprio negócio lhe permite investir no que realmente gosta e acredita, não estando subordinado às vontades de chefes antiquados, autoritários ou simplesmente diferentes de você. Sendo empreendedor, você pode tornar seus sonhos uma realidade e ter aquilo que sempre desejou. E isso não tem preço.
E aí, se animou a investir no seu próprio negócio e começar a empreender? Para refletir, preste atenção no que diz Henry Ford: “Um negócio que não produz nada além de dinheiro é um negócio pobre”. Bons negócios e até a próxima.
por Beto Chaves.
Empresário e CEO da BC10 - Grupo Digital, professor de Empreendedorismo, Liderança e Gestão de Pessoas e profere palestras sobre liderança, empreendedorismo e qualidade de vida. Há mais de uma década desenvolve projetos de sucesso na área de comunicação digital, trabalhando na construção de sites para internet e publicidade.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Conheça as vantagens do coaching de carreira


Revista Administradores
O que você busca para sua carreira? Aonde quer chegar profissionalmente? Como alcançar equilíbrio entre vida profissional e pessoal?
Estas são perguntas simples, porém reveladoras. E com certeza no processo de construção de uma carreira bem sucedida e de uma vida mais equilibrada é fundamental saber estas respostas e incluir elementos como: Planejamento, Foco e Ação. Inclua ainda outro ingrediente fundamental, o Autoconhecimento, pois só ele é capaz de balizar corretamente as decisões que nortearão seu caminho profissional, e que levarão ao sucesso.
Mas, você já se fez esses questionamentos?
orientação profissional com Coaching, ou melhor, o Coaching de Carreira é ideal para aqueles profissionais que desejam organizar seus objetivos, conciliar vida pessoal e profissional, buscar o melhor entendimento de seus pontos de melhoria, das crenças limitantes, das qualidades e competências a serem desenvolvidas e exploradas, e para que este profissional possa focar objetivamente no alcance de uma carreira bem-sucedida.
O Coaching de Carreira para o desenvolvimento e gestão da profissão é um apoio efetivo tanto aos profissionais já experientes no mercado, e que desejam dar um novo direcionamento a carreira, mudar de ramo, quanto aos jovens ainda sem uma leitura clara de como construir seu caminho profissional. Possibilita ao cliente a descoberta de novas competências, habilidades, vencer crenças limitantes, para que desta forma este possa focar em seus pontos fortes, motivações e alcançar seus objetivos.
Através de planos de ação consistentes, construídos a partir das necessidades e das metas estipuladas pelo coachee (cliente), o coach apóia na visualização dos objetivos e nas ações que levarão aos resultados planejados para a carreira do profissional.
Coaching é uma metodologia única de aceleração de resultados e desenvolvimento humano. As técnicas e ferramentas são pautadas em ciências como a: Psicologia Positiva e a Cognitiva Comportamental, além da Programação Neurolinguística – PNL, Neurociências, Sociologia, Gestão de Recursos Humanos e Administração de Empresas. É utilizado por organizações em todo mundo para o aprimoramento de equipes, colaboradores e lideranças, e ainda por profissionais que buscam o desenvolvimento e gestão de suas carreiras de forma assertiva e acelerada.
Invista em Coaching de Carreira e tenha resultados extraordinários. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

EMPREENDEDORISMO


Por MAURICIO HASBENI DE MELO
Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico e social de uma região e consequentemente de um país. Identificar as oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo, é esse é o papel daquele que pretende empreender. 
E para empreender, o candidato a empreendedor, além de vontade e disciplina, precisa ter preparação. O ideal seria que essa preparação fosse feita ao longo da vida escolar, junto com o ensino fundamental e médio. Hoje nossas escolas formam "executores de tarefas", pessoas com Síndrome do empregado e não empreendedores. Quero deixar claro que o empreendedorismo é uma filosofia de vida, mesmo trabalhando em uma empresa podemos ser empreendedores corporativos se essa for nossa opção. A Educação Empreendedora é necessária para que não criemos "burros motivados", que querem fazer, mas não sabem como fazer e acabam produzindo produtos e serviços de qualidade duvidosa, sem falar que uma empresa dessa terá pouco tempo de vida. Como sempre o Brasil queima fases em busca de seu desenvolvimento. Essa Educação Empreendedora já era para ter sido implantada há duas ou três gerações como fez muitos países que hoje ultrapassam o Brasil em questões de qualidade e produtividade e até mesmo em empreendimentos. Como não podemos voltar no tempo, pois tempo perdido não se recupera, o que podemos fazer hoje é incentivar ao máximo o empreendedorismo e a preparação dos empreendedores que já estão aí e dos novos empreendedores que virão. E como fazer isso? As ferramentas já estão por aí. O que precisamos é de mais vontade política para os incentivos de cursos, palestras, treinamentos, adoção de fato de uma Educação e uma Cultura Empreendedora nas escolas de ensino fundamental e médio.
Por fim, se você não tem a Síndrome do Empregado e pretende ser um empreendedor, mesmo dentro da empresa onde você trabalha, busque sempre o conhecimento, parcerias, consultorias especializadas, aperfeiçoamento constante. Você ainda pode contar com grupos de empreendedores que podem trocar experiências já vividas. E acima de tudo, sempre compartilhe, pois a nova economia é colaborativa. Ninguém é um fim em si mesmo.

MAURICIO HASBENI DE MELO
Advogado Especialista em Direito Empresarial pela FGV.
Certificação Internacional Professional & Self Coaching pelo IBC - Instituto Brasileiro de Coaching.
Criador e Coordenador do Clube do Empreendedor.
Consultor para pequenas e médias empresas.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O líder coach e sua importância corporativa


No mundo corporativo não são raras as vezes que um profissional é alçado à condição de líder. Não haveria problema algum se esse profissional almejasse essa liderança, pressupondo-se que ele tenha se capacitado e orientado seus esforços nesse sentido; problema haverá se esse profissional tiver passado a ser líder sem que estivesse atento a essa possibilidade, o que faz pressupor, por sua vez, que não tenha se preparado.
Um dos primeiros, entre tantos, questionamentos que orbitarão a mente do novo líder será sobre qual será o estilo de liderança que adotará. Nesse sentido, enumeramos seis principais tipos de líder:
  1. O educador (coach), que realiza com o liderado e o ensina.
  2. O democrático, que ouve e aprende com quem sabe realizar.
  3. O liberal, que deixa realizar quem já sabe realizar.
  4. O autocrático, que apenas determina o “quê” e “como” tem de ser realizado.
  5. O popular, carismático e que mantém bom relacionamento com todos.
  6. E o ausente, ou seja, aquele que não acompanha de perto seus liderados.
Exceção feita ao líder ausente (será que é mesmo um líder?), todas as demais espécies e características compõe um perfil de liderança, pois caberá ao líder buscar o equilíbrio e adaptar suas ações ao liderado, ao grupo e ao momento.
Contudo, convocamos a atenção ao líder coach, aquele que desenvolve as competências de seus liderados e permite que cada um contribua de modo mais eficaz à consecução de um objetivo comum.
Esse líder, antes de tudo, deverá se perceber como líder e não como chefe. Tal como já discutido muitas vezes – líder ou chefe? –, o chefe possui objetivos sem visão ampla, apenas informa e treina seus subordinados, é centrado no produto e no resultado, obedece às diretrizes de um projeto e as executa, é somente leal ao valor predominante, é eficaz e estável. O líder possui objetivos e também a visão do todo, comunica-se, é centrado no cliente e no resultado, desenvolve e orienta seus subordinados, critica as diretrizes e sugere alternativas, e mais do que leal, é comprometido com o valor dominante; é inovador e empreendedor.
O líder-treinador (coach) age sobre o liderado (coachee) para que suas capacidades se desenvolvam e se exteriorizem e, para tanto, vale-se de treinamento (coaching) que, em brevíssima síntese, nada mais é que um processo integrado por atuações voltadas ao autodesenvolvimento, no qual o líder desenvolve as competências do liderado e o orienta de maneira a mantê-lo sempre alinhado e congruente com as metas e os objetivos dele.
O verdadeiro coach apresenta as seguintes características técnicas e conhecimento de habilidades:
  1. Utiliza a disciplina como motivação e estímulo; os outros são o fim; os objetivos e as metas formam com o resultado o seu corolário; utiliza muito o recurso de reuniões, procura e valoriza muito a sinergia; delega, orienta e reconhece.
  2. Estimula o feedback; tem o desempenho como resultado; transforma os erros em aprendizado e promove o desenvolvimento.
  3. Conserva a habilidade de ouvir e considerar; respeita e reconhece as ações de seus liderados (seu fim); canaliza os conflitos na direção do crescimento; tem a crítica como ferramenta e incentiva o trabalho em equipe.
Em que pese a horizontalidade com a qual consideramos os aspectos enfrentados, o certo é não haver mais espaço para chefes ortodoxos e burocráticos, pois o mundo corporativo anseia por verdadeiros líderes que, além de fazerem a diferença na busca por melhores resultados, sejam capacitados aocoaching. Esses profissionais são muito valorizados, sobretudo em razão de conservarem consigo a capacidade de transformar as pessoas e o mundo à sua volta, extravasando a mesmice da qual muitas empresas são reféns.
Somente por meio da força de um olhar, além dos paradigmas que engessam o cotidiano corporativo, é que se pode pensar de forma crítica, e é dessa forma que se pode desenvolver e empreender ações inovadoras capazes de apontar alternativas e orientar o esforço de todos em favor de um resultado mais célere e eficaz.
Mais do que agente dessa mudança, ao coach compete disseminá-la, preparando seus liderados para que desenvolvam competências e garantam a continuidade – e também a disseminação – da criticidade de uma cultura corporativa diferenciada e produtiva.
E você? Está preparado para ser um verdadeiro líder coach ou continuará a ser o chefe de sempre?
Fernando Borges Vieira é sócio sênior do escritório Manhães Moreira Advogados Associados, no qual coordena as áreas de inteligência das relações de trabalho e comunicação corporativa. Especialista em direito processual civil (CPPG/FMU) e direito do consumidor (ESA/OAB/SP) é também mestre em direto político e econômico pela Universidade Mackenzie.

Afinal, o que é design thinking?

Por Rique Nitzsche

Uma metodologia para resolução de problemas complexos dos negócios em construção permanente

"Nada é permanente, salvo a mudança."
(Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático, 535 a 475 a.C.)
Grandes empresas tendem a transformar uma experiência bem sucedida em um padrão funcional em tempo integral, como uma linha de montagem. As pequenas empresas também. Organizações humanas tendem a buscar o controle total sobre seus processos, mesmo os mais criativos. Antes que vocês pensem que estou falando mal das empresas, todos nós tendemos absorver os eventos transformadores em rotinas mentais sujeitas ao nosso controle.
As empresas precisam de processos que possam ser aprovados e replicados, mesmo sabendo que alguns deles serão apenas muletas para justificar possíveis futuros fracassos (como deu errado, se eu segui todos os procedimentos?). Estamos envolvidos por um gigantesco impasse da economia mundial tentando buscar justificativas no passado, presos aos modelos tradicionais.
Nesse mesmo momento, a palavra inovação está se transferindo para as placas de sinalização das portas da comunidade de negócios, indicando que cada profissional que estiver atrás dessas portas faz parte do esforço de inovação da empresa. Mesmo assim, existe uma sensação no ar que indica que as organizações não sabem bem o que é inovação, embora desejem ser inovadoras.
As empresas que sobreviveram bem às crises sucessivas depois de 2008 não parecem ser conformistas. "Tudo o que estimula a acomodação é ruim para o país." Foi uma das frases do presidente da Ambev, João Castro Neves, em maio de 2012 quando a empresa se tornou a maior companhia privada brasileira por valor de mercado.
Na biologia, a adaptação permanente é a responsável pela evolução dos seres, assim como na economia. Já a acomodação é uma adaptação conformada com ausência de ambição ou de aspiração. Em sociologia, acomodação é uma diminuição de tensões entre pessoas. Em advocacia, é um acordo em um litígio. Em resumo, acomodação é o conformismo às exigências ambientais.
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Imagem: Thinkstock

"Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam"
(Confúcio, filósofo chinês, 551 a 479 a.C) 

O que estimula a inovação? Certamente o não-conformismo e a criatividade. Mesmo a criação de ideias novas não resolve o problema do impasse econômico das empresas ou dos países. Cada ideia nova necessita de um processo prático que a coloque em ação. Inovação é um processo que começa no pensamento de ideias novas e desemboca na realização de coisas novas, como uma ponte entre a intenção criativa e a materialização de novos modelos de negócios.
Ultimamente, nos círculos dos profissionais de inovação, um neologismo vem aparecendo muito: o design thinking. Digo ultimamente baseado no fato que o termo, embora usado há muito mais tempo, foi assumido e divulgado intensamente a partir de 2003 por um dos grupos criativos mais reconhecidos do planeta, a IDEO. David Kelley, fundador da IDEO e do d.school da Universidade de Stanford, assumiu que a metodologia que sua empresa usava para a resolução dos problemas complexos dos seus clientes poderia ser chamada dessa forma.
Logo depois, acadêmicos de psicologia e da área da administração dos negócios reconheceram o design thinking como uma disciplina capaz de ajudar na resolução dos chamados wicked problems. Simultaneamente, grandes companhias testaram a metodologia com resultados positivos e divulgaram suas experiências. Em seguida, artigos e livros foram escritos com uma extensa defesa teórica e com descrições de casos reais de produtos e serviços. Parecia que o design thinking havia atingido um ponto de inflexão para ganhar velocidade crescente de divulgação expontânea. Então, duas reações desse movimento tomaram forma.
Como uma primeira consequência, o prático universo dos negócios se propôs a absorver o processo se houvesse uma espécie de manual, uma versão replicável dos princípios criativos da metodologia. O procedimento passo a passo do design thinking em cinco etapas se transformou em sete e logo ganhou uma versão em dez passos. Algumas autoridades da metodologia conquistaram seu direito de mostrar sua própria linha de montagem criativa. Como uma tendência irresistível no mundo regrado dos negócios, o design thinking foi se transformando em uma "ciência" de resolução de problemas.
Outra consequência foi a reação contrária da classe criativa. Os criadores não olharam com bons olhos a assimilação da metodologia pela ansiosa comunidade dos administradores. Com um certo desdenho, alguns designers e gerentes de inovação disseram que o design thinking nada mais era que a "metodologia do design" com outra roupagem. Ambas as reações são convencionais e negativas. Nem se deve engessar qualquer metodologia criativa, nem jogar pedras sobre algo ainda em formação e tão promissor.
Será que o "know-how ameaçará a intuição e a inspiração?" Será que o design thinking se transformará em outra muleta para a tomada de decisões dos gerentes? O design thinking está realmente trazendo novos insights e novas idéias? "Ou é simplesmente um processo de drenagem da energia a partir das coisas que estamos fazendo?" Alguns pensamentos são de Robin Lanahan, diretora de estratégia de marca e incubação de novos negócios da Microsoft, em junho de 2012, no artigo What is design thinking anyway?.
Ela aponta o designer Marc Shillum, da Method, que fez uma ironia dizendo que o pensamento profundo do design, antes da era do design thinking, se transformou em um design mais comercial. Porém, Shillum admite ser adepto do processo iterativo que envolve períodos de insights estratégicos com momentos de criatividade livre, que tanto são métodos do design thinking como dos grupos criativos comandados pelo lendário Buckminster Fuller ou pela Walt Disney (citados por Shillum).
Lanahan conclui que se pudemos evitar dar um nome e uma fórmula ao processo, talvez o método pudesse funcionar. Achei engraçado. Lembrou-me o bem humorado Bruce Nussbaum, editor da BusinessWeek e professor de inovação e design da Parsons, que sugeriu chamarmos o processo do design thinking ou da inovação de "banana" porque os homens de negócios não gostam do conceito de design, que lembra decoração. Depois, em 2011, ele reformulou e disse que a "banana" da ocasião era a palavra "criatividade", porque era a meta dos engenheiros e dos capitalistas de risco. Nussbaum disse também que a década do design thinking estava terminando e que ele "estava se mudando para outro quadro conceitual". Criada por ele e tema do livro a ser lançado no outono de 2012 pela HarperCollins, ele estava antecipadamente lançando a Inteligência Criativa.
"Uma mudança deixa sempre patamares para uma nova mudança."
(Niccolò Machiavelli, pensador da ciência política moderna, 1469 a 1527)
Dá para perceber que quase ninguém fica indiferente ao bochicho internacional que o design thinking provocou. Todos parecem querer emitir um posicionamento próprio, bem variável entre os limites a favor e contra. Como Lanahan, que diz que "as grandes mentes criativas serão grandes mentes criativas, com ou sem qualquer planejamento ou processo. Adicionar muita estrutura processual à criatividade parece intuitivamente errado. Assim como [parece errado] escrever plataformas sobre as quais você vai criar ao invés de prototipar rapidamente produtos e experiências." Concordo plenamente com Lanahan, embora ela esteja desprezando o design thinking que sempre propôs o incentivo à criatividade coletiva e a prototipação rápida. A respeito de grandes mentes criativas, Gary Hamel, guru da administração dos negócios, diz que o design excelente tem menos a ver com genialidade e mais com empatia.
Se você digitar "afinal, o que é design thinking?" no Google, em qualquer língua, você encontrará dezenas de textos que tentam emitir um parecer. Também escrevi um artigo com esse mesmo título, em 2008, publicado pelo Clube de Criação de São Paulo. Na época, eu dizia que o design thinking era uma metodologia experimental e exploratória. Era o que me atraía nela. Diferente de Lanahan, sempre entendi que a grande vantagem do design thinking era ser uma metodologia flexível e em construção, completamente experimental além de incorporar, sem constrangimentos, ferramentas de diversas outras disciplinas ao projeto do design.
Toda vez que converso com profissionais de outras áreas sobre o design thinking, me vejo dizendo: também usamos os mind maps do inglês Tony Buzan, assim como o processo sequencial CPS de divergir e convergir dos americanos Alex Osborne and Sidney Parnes. Por que não usar a técnica inventada pela Disney desde 1930, o story board?
"Absorva (roube) dos melhores, então adapte."
(Tom Peters, autor, consultor e guru norte-americano)
Design thinking não é, ou não deveria ser, uma plataforma fechada mas aberta e adaptável ao problema do cliente. Uma metodologia que absorveu os procedimentos de observação dos antropólogos e também o uso sequencial de iterações usada na pesquisa científica, na matemática, na programação de softwares e nos processos de engenharia. Dependendo da ocasião ou do grupo reunido, pode-se gerar uma reunião de brainstorm tradicional ou uma oficina de debates na qual as pessoas precisam defender seus pensamentos, como sugere Charlan Nemeth.
Como empreendedores, começamos a montar a nossa metodologia criativa própria, há 18 anos atrás. Estávamos influenciados por um matemático húngaro que ensinava em Stanford, George Polya, e por um professor inglês chamado Reg Revans. O primeiro falava sobre o poder da heurística e do primeiro passo para se enfrentar um problema: a sua redefinição. O segundo, mestre do action learning, dizia que a solução começa na investigação, no ponto que não sabemos o que fazer e no qual a expertise de nada ajuda ainda. Outro ensinamento de Revans: "a força de uma equipe bem-sucedida não reside na inteligência de cada um dos integrantes, mas na fertilização mútua de suas habilidades coletivas". Pensamento que se encaixa com os do professor do MIT, Peter Senge, que acreditava no processo das organizações que aprendem em equipe.
Desde que comecei a ler sobre o design thinking, entendi que estava diante de uma plataforma básica - a do projeto do design - sobre a qual deveriam se estruturar os ensinamentos e ferramentas úteis que vinham de outras disciplinas complementares. Não sei exatamente de onde veio a experiência da montagem das equipes multi e interdisciplinares, tão necessárias para a resolução dos problemas complexos. Talvez das primeiras experiências das tribos ao redor da fogueira.
O que importa é que toda ferramenta usada criativamente ajuda o processo de criação. Bem-vindos a investigação com novas regras, as técnicas da etnografia, o hot-house, os exercícios para a descoberta de padrões e as oficinas de incentivo à abdução, ao pensamento não-linear, aos saltos conceituais, ao sequenciamento de palavras, à geração de histórias, à busca da memória emocional, ao aprendizado da empatia. Com uma atitude mais aberta, deveríamos estar escolhendo outras práticas para aprimorar o processo da inovação.
Aprender rápido e se adaptar parecem ser da biologia. Ótimo, o que podemos fazer para sair da perigosa acomodação para melhorar os negócios?
"Então, é melhor você começar a nadar
Ou irá afundar como uma pedra
Pois os tempos estão mudando."
(Bob Dylan, último verso de The Times They Are A-Changin')

sábado, 7 de julho de 2012

A evolução de um Blog em 6 meses: Estudo de caso

Por Marcos Lemos
Praticamente todos os blogueiros passam por várias fases no desenvolvimento de seus Blogs. Quero apresentar para vocês um estudo de caso bem detalhado, escrito pelaAna Lopes, que é Doutora em Ciência da Computação, baseado em sua própria experiência como blogueira que acaba de completar 6 meses de existência. Todos os passos que ela descreve refletem bem a realidade de todos nós e nos inspira a continuar trabalhando de forma profissional para atingir nossos objetivos.

Há seis meses atrás o VideoAulas ByAna foi ao ar. Não era o meu primeiro blog, nem o segundo. Na verdade, eu já perdi a conta de quantos eu comecei. Mas o ByAnafoi o primeiro que teve domínio próprio e, principalmente, o primeiro que sobreviveu aos primeiros 6 meses de vida. Mas “sobreviver” pode dar a impressão errada: o VideoAulas ByAna na verdade vai de vento em popa, já gera receita e tem grandes perspectivas de fincar definitivamente os pés na blogosfera brasileira.
A maior inspiração tinha acontecido dois ou três anos antes, quando eu descobri aAcademia Khan. Foi como “ver a luz”: eu fiquei tão empolgada que não me contive e comprei uma mesinha digitalizadora.
Mas só alguns anos depois de conhecer o Khan, e em meio à uma séria crise existencial, é que tive o insight de que um blog poderia servir como um canal de expressão daquilo que eu mais gostava de fazer na vida: aprender coisas novas, e ensiná-las à quem estivesse interessado. Estava plantada a semente, não só no meu coração, mas também na Web.

Mês 1: Empolgação e ansiedade

Os primeiros 30 dias foram frenéticos. Nada menos que 54 entradas, quase todos com uma vídeo-aula associada. Tudo isso feito em paralelo com a montagem da estrutura, que ia sendo feita enquanto eu aprendia: configuração do WordPress, pesquisa de plugins essenciais, design do banner principal do site, colocação dos anúncios AdSense e instalação do Google Analytics, além, é claro, da montagem de uma base nas principais redes sociais. Tudo feito “in house”, ou seja, por mim mesma.
Para entender como funcionava a blogosfera, eu estava acompanhando vários meta-blogs, dentre eles o [ Ferramentas Blog ], que por um feliz acaso fez uma promoção logo no primeiro mês de vida do VídeoAulas. A promoção era para incentivar blogueiros iniciantes a pensar sobre os objetivos dos seus blogs.
Foi tudo de bom: a participação na promoção me deu um grande pico de audiência, ampliou a minha então minguada rede de contatos e, mais importante de tudo, me fez parar para pensar o que eu queria com o blog. Pela primeira vez eu colocava por escrito a minha intenção de transformar aquele “hobby” em um negócio rentável. Parece uma bobagem, mas escrever e tornar públicas as minhas intenções fez uma diferença enorme na minha forma de encarar o meu blog.

Mês 2: Ganhando personalidade

No final do mês anterior eu li alguma coisa sobre a importância de dar uma personalidade ao blog, e do blogueiro ou blogueira contar a sua própria história. Comecei então uma série de áudios contando as minhas histórias de aprendizagem, que eram (são) muitas. Fiz um mapa mental com as ideias e descobri que teria pelo menos 11 boas histórias para contar. Hoje, essas histórias são a base do meu auto-responder.
As minhas “Histórias de Aprendizagem” foram quase que o único tema do blog nesse segundo mês. Eu estava exausta da maratona do mês anterior, mas não queria deixar a peteca cair. Eu já tinha investido em um curso sobre vídeo-blogs – pago em dólar! – na hospedagem e na compra do domínio.
Neste segundo mês um outro evento também me deu um grande impulso: a entrada para o curso online A Classe Alta. Eu estava atrás de qualificação em empreendedorismo digital, mas de quebra acabei revolucionando a minha relação com o dinheiro. Melhor ainda, a minha base de contatos no mundo digital aumentou vertiginosamente.

Mês 3: Fazendo barulho e entrando para a “elite”

Há essa altura eu já conhecia a famigerada estatística dos 95% de mortandade dos blogs antes de 90 dias. Ultrapassar esses 90 dias tornou-se a minha obsessão nesse terceiro mês. Ainda publicava muita coisa para crianças, mas eu já tinha mais clareza de que o meu foco seria técnicas de aprendizagem para adultos.
Nesse mês eu criei a minha primeira polêmica, com uma vídeo-aula sobre aprendizagem e prazer. Foi ótimo! Além do pequeno debate nos comentários – que começavam a crescer em número – eu criei um artigo em resposta à polêmica e acabei tendo um aumento considerável de audiência a partir daí.
Outra coisa bacana foi ter sido convidada para uma parceria com o YouTube, num momento em que eu achava que estava muito longe de ter os requisitos necessários para me candidatar à essa parceria. Hoje, praticamente toda a minha renda de AdSense vem do YouTube. (Como ganhar dinheiro com vídeos no Youtube)
E finalmente, aconteceu: a barreira dos 90 dias foi rompida e eu estava entre a elite dos 5% que chegavam ali. Teve até post comemorativo!
Mas quando eu pensei em escrever um guest post no [ Ferramentas Blog ] para contar a odisseia até ali, eu tomei um balde de água fria: o [FB] publicou um artigo falando novamente dos famigerados 90 dias, mas dizendo também que, mesmo entre esses 5%, poucos chegavam aos 6 meses de vida (Seu Blog não é NADA na Blogosfera). O “timing” definitivamente não era o melhor para comemorar “meros” 90 dias de vida… Resolvi esperar até completar os 6 meses…

Mês 4: Não é que “ebooks” grátis funcionam mesmo?

O quarto mês do blog teve poucos posts, mas foi por uma causa nobre: o primeiro ebook do VideoAulas ByAna foi lançado! Passei boa parte do mês terminando o livro e a outra parte divulgando. E descobri o valor de ouvir os especialistas do ramo: 9 entre 10 dos blogueiros usam ou sugerem usar ebooks gratuitos para fazer crescer a lista de emails. Mas teoria é teoria, e outra coisa bem diferente é você ver – na prática – uma lista de 30 pessoas aumentando para mais de 300 em apenas alguns dias…
Eu agora estava entrando de cabeça no Empreendedorismo Digital. Fui convidada para fazer parte de uma turma beta de um curso online sobre o assunto, e lá fui eu, para o meu terceiro curso. Esse era mais longo e mais caro, mas que trouxe (e continua trazendo) mais contatos e mais conhecimentos específicos sobre como tocar o blog como um negócio.

Mês 5: Empretec e rentabilização

No quinto mês de existência do blog, o Empretec “aportou” na minha cidade. Eu já tinha ouvido falar muito bem do Empretec, e sabia que era uma chance de ouro para quem estava numa cidade pequena. Só que esse já seria o quarto curso que eu comprava por conta do blog (fora os livros), e o vermelho da minha contabilidade já estava virando púrpura…
Mesmo assim, eu passei o Empretec no cartão e resolvi fazer a primeira tentativa séria de rentabilização da minha recém-inchada lista de emails. Com base nas dicas de um “figuraça” chamado Dan Kennedy, eu montei uma estratégia de marketing direto para um produto afiliado muito bom que eu tinha encontrado e que tinha tudo à ver com um blog de aprendizagem e comigo: o Curso de Inglês OnLine. Era o teste perfeito.
Confesso que as estratégias agressivas de marketing do Kennedy deixaram meus ”pruridos acadêmicos” coçando. Mas eu resolvi me desafiar, e fazer a campanha assim mesmo, com a meta explícita de fazer caixa para pagar o Empretec. Resultado? Consegui um faturamento de uma vez e meia o valor do curso. Mais uma vez eu descobri o quanto vale à pena ouvir o especialista certo, mesmo que você não goste muito do que ele fale…

Mês 6: Cuidando do SEO e do longo prazo

O hábito de blogar estava criado, as ideias e os elogios surgiam de todos os lados, e os meus objetivos de médio e longo prazo estavam cada vez mais claros.
Ganhar um dinheiro mais significativo pela primeira vez foi uma experiência muito gratificante, mas a diminuição no número de publicações dos dois meses anteriores começava a dar sinais de alerta. A coisa só não pior porque eu tinha conseguido inserir transcrições em várias vídeo-aulas, o que melhorou o SEO do blog e consequentemente, as visitas orgânicas. Segundo o SEOquake, meu Page Rank subiu de 0 para 2 algumas semanas depois que as transcrições começaram a ser publicadas. As transcrições foram também um marco: pela primeira vez eu tive ajuda com o blog.
Resolvi que era hora de investir num ritmo mais uniforme de publicações, com um calendário pré-agendado. Para isso eu precisava criar mais posts do que eu consumia, para gerar uma “sobra”. Fazendo uma análise o mais realista possível da minha disponibilidade de tempo para o blog, eu decidi adotar o ritmo de 3 publicações por semana, sendo 2 vídeos e um texto.
Assim, a minha meta passou a ser produzir no mínimo 4 publicações por semana, para fazer a minha “poupança de posts”.
No lado da divulgação, escrevi um post sobre o meu ebook atendendo à uma chamada da Blogosfera Brasil, e me tornei, à convite, uma das autoras do site. O Marcos Lemos gentilmente concordou em considerar esse artigo como “guest post” no [ Ferramentas Blog ]. Com tudo isso, chego à esse segundo marco na vida doVideoAulas ByAna com a agradável sensação de estar no caminho certo.
Nessa reta final, contar essa história é um prazer à parte. Eu espero que ela sirva de inspiração para quem está na mesma trincheira. Como última dica, eu deixo a convicção de que todo esse trabalho e dedicação só foram possíveis porque eu faço no VideoAulas, aquilo que mais gosto. No meu caso, é aprender e ensinar.
Ana Lopes é Doutora em Ciência da Computação, professora universitária e autora do blog VideoAulas ByAnaonde discute conceitos e técnicas para “aprender à aprender”. Ana defende e divulga o auto-didatismo como contraponto para um sistema de ensino que acredita estar cada vez mais obsoleto e ineficiente.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que move um microempreendedor?


por Júlia Pitthan
frila
Um trabalho freelancer para ganhar um dinheiro extra no final do mês ou uma atividade que você desenvolve por paixão e, aos poucos, vai se tornando sua principal fonte de renda. Muitas histórias deempreendedorismo de sucesso começam como “bico”. É a qualidade do trabalho e a dedicação empregada a ele que faz com que o negócio cresça, deixe de ser coadjuvante para se tornar protagonista na suavida profissional.
Mas o que move um profissional a buscar outros trabalhos e oferecer o seu serviço no mercado, mesmo que esteja vinculado a um emprego formal? Apesar de contar pontos, a motivação financeira não é a única.
Segundo uma pesquisa recente feita pelo site Fiverr, um portal israelense que se descreve como o maior marketplace do mundo de serviços a partir de US$ 5, revela que a independência no mercado de trabalho é um grande motivo para a maioria desses pequenos empreendedores. O site reúne algumas ofertas engraçadas – de um rapaz do Canadá que se oferece para cantar Feliz Aniversário (ou qualquer outra música) usando um chapeu do Pateta por US$ 5 até uma moça, na Argentina, que oferece uma aula de espanhol por Skype pelos mesmos US$ 5.
Na pesquisa, o Fiverr ouviu 1.100 pessoas que oferecem seus serviços no site. Os números  foram publicados pelo site da revista Fast Company. Veja alguns resultados:
· 86% estão em busca de independência no mercado de trabalho.
· 80% estão frustradas. Os seis principais motivos: falta de liberdade, não ganhar dinheiro suficiente, trabalhar em horário comercial (pouco flexível), ter que se reportar a um chefe, muitas viagens a trabalho e tédio.
· 72% dos entrevistados dizem que o principal motivo para procurar o site  Fiverr é o dinheiro.
· 40% dos usuários dizem que procuram algum tipo de diversão enquanto ganham dinheiro e 32% esperam ganhar mais experiência profissional.
· Algumas pessoas ainda não deixaram o seu emprego regular - 42% oferecem serviços que normalmente realizam no seu emprego todos os dias. Mas 35% estão tentando ganhar dinheiro com um serviço feito por hobby.
· Dois terços dos anunciantes do Fiverr enxergam seus serviços como um negócio e 14% conta com esse trabalho como a principal fonte de renda.
Para especialistas, há uma tendência de crescimento deste mercado. O cofundador da empresa Vayable Jamie Wong diz que o movimento dos microempreendedores é popular por cinco razões: a flexibilidade, a oportunidade de fazer o que você ama, o dinheiro, a oportunidade de enriquecimento e a chance de exercer a sua criatividade. Ele listou os argumentos em um post no site da Fast Company.
Em um tempo em que as pessoas querem  trabalhar com algo que lhes realize, transformar um talento pessoal em negócio parece uma receita de grande sucesso. Afinal, há cada vez menos espaço para as tarefas repetitivas e enfadonhas em um mundo acelerado pela tecnologia.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Como transformar seu negócio em franquia?

Por  Glauco Pinheiro da Cruz

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de franquias no país faturou R$ 89 bilhões em 2011.

Depois de conseguir consolidar um negócio, é natural a vontade de caminhar a passos largos para expandi-lo. E uma das opções para multiplicar o modelo do seu empreendimento de sucesso é transformá-lo em uma franquia. Para isso, é importante fazer algumas adaptações, de modo que seu negócio possa ser replicado seguindo sempre o mesmo padrão.
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de franquias no país faturou R$ 89 bilhões em 2011. Em números, são 2.031 redes e 93.098 unidades, que geram 837.882 empregos diretos. E a expectativa é que o faturamento seja 15% maior neste ano.
Há muitas vantagens em franquear o negócio. Porém, não basta apenas achar que sua ideia é franqueável, é preciso preencher outros requisitos antes de entrar nesse promissor mercado. A essência do sistema de franquia é o que se oferece ao consumidor final, tanto em serviços quanto em produtos. Sendo assim, é fundamental buscar um diferencial no que se vende, para que desperte o interesse dos investidores.
Imagem: Thinkstock

Uma das principais vantagens para o dono da marca é a expansão com baixo investimento de capital, o que acelera o processo de consolidação territorial em comparação à montagem de uma rede própria. Isso porque são os franqueados que arcam com os gastos na instalação de suas unidades, enquanto que ao franqueador cabe a tarefa de fornecer uma estrutura de suporte à rede e também a de fiscalizar se tudo está sendo seguido à risca. Desse modo, a imagem da marca se fortalece e há economia de escala, já que o fato de se trabalhar em rede permite que a matriz negocie melhor com seus fornecedores. E esses benefícios devem ser repassados aos parceiros, claro.

Há potenciais franqueadores com os mais variados perfis, dos extremamente centralizadores, que gostam de "colocar a mão na massa" e trabalhar no dia a dia do negócio, aos que delegam totalmente a execução para se dedicar à administração do empreendimento. Independentemente do estilo de trabalho, é importante analisar se o know-how é sistemático, transmissível e replicável; ou seja, se o negócio pode ser rentável nas mãos de outras pessoas além do seu fundador e se tem futuro em longo prazo.
A experiência do dono é seu principal atestado de sucesso. Então, quando surge algum tipo de problema em que é necessária a interferência do franqueador, a resposta deve ser rápida e eficiente. Se o franqueado identificar que faltam expertise e competência ao criador da rede, há o risco de cada um começar a tomar suas próprias decisões, com base no que entende que seja melhor para si, e a matriz perde o controle sobre sua marca.
Para que esse atendimento seja adequado, a franqueadora deve dispor de pessoal. O início até pode ser com uma equipe mais enxuta, mas que deve crescer juntamente com a empresa. Isso para que o quadro de funcionários seja suficiente para atender à comercialização de franquias, ao treinamento e à operação da rede em si.
Mas o ponto principal é a formatação do sistema de franquia, já que o mercado rejeita profissionais despreparados. Pode até ser que o seu negócio tenha começado sem compromisso e dado certo, mas lembre-se de que não há mais espaço para amadorismo. Na fase de estruturação da rede, o ideal é contratar um profissional do ramo para ajudar. Caberá a ele estudar os impactos de impostos, calcular o número necessário de funcionários, definir a logística do trabalho e as taxas do sistema e pensar na proteção do negócio. Caso este seja baseado em uma marca, pensar no método registrável ou patente de invenção. Isso além de elaborar os manuais de operação da franquia e um business plan.
Essa formatação inclui também elaborar os documentos jurídicos a respeito da relação entre os franqueados e o franqueador. Um deles é a Circular de Oferta de Franquia, que traz informações básicas sobre o sistema – incluindo a mostra de um modelo de contrato, com todos os serviços, produtos e suporte que o franqueador pretende oferecer aos franqueados, e também de pré-contrato, quando necessário – e determina as obrigações de cada uma das partes.
Cercar-se de uma boa documentação, que garanta o amparo pela lei, minimiza problemas comuns a esse sistema de negócio, decorrentes do baixo controle sobre os franqueados – que, vale lembrar, não são empregados do franqueador, mas empreendedores independentes, que anseiam gerir sua própria empresa. Para isso, é essencial definir que tipo de perfil você quer para ser seu parceiro, já que a má escolha dos franqueados pode trazer sérios prejuízos e, no limite, levar sua rede ao fracasso.
Acredito no franchising como um excelente sistema para expandir negócios. Com boas ideias e estratégias podem nascer ótimos conceitos, possíveis de se consolidar no mercado, permitindo a expansão. É claro que, como todo processo de mudança e crescimento, requer muito trabalho. Meu principal conselho: cerque-se dos melhores profissionais para evitar erros nas etapas essenciais e, assim, garantir o sucesso de sua marca.