segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ponto comercial perfeito, dicas para encontrá-lo mais facilmente

Por André Giglio

Se o assunto envolve franquias que fazem negócios a partir de sua unidade, como lojas-escolas, empresas de serviços locais, entre outras, a decisão mais importante após a escolha dessa franquia é a definição do ponto onde a mesma será instalada.

A escolha de um ponto comercial se dá em duas esferas principais: território (região) e localização (endereço). Costuma-se considerar, principalmente, variáveis como: a demanda (potencial), a oferta (concorrência) e os custos (aluguel, reforma, etc).

A definição do 'melhor' ponto é um pouco mais complexa do que aparenta, pois envolve variáveis antagônicas, como fluxo de pessoas e custos. O melhor ponto não é necessariamente aquele que proporcionará o maior faturamento, e sim aquele que trará o melhor resultado. Para tanto, deve-se conhecer profundamente as particularidades do negócio em questão e o histórico das unidades da rede, os quais tornam o envolvimento do franqueador um fator imprescindível para o sucesso do estudo.

Atualmente, são utilizadas ferramentas de Geoprocessamento para consolidar as informações existentes e, a partir de informações do sistema confrontadas com informações de mercado, mensurar as oportunidades, permitindo que a tomada de decisões seja feita de maneira lógica, sem os conhecidos 'eu acho que...'.

A seguir, são apresentados alguns aspectos que devem ser avaliados num processo de seleção de ponto comercial:

Fatores de demanda: A característica populacional em torno do estabelecimento é o principal fator a ser contemplado num estudo de localização. Não se deve se restringir à quantidade de pessoas residentes ou passantes que freqüentam a região. É necessário, além de identificar o perfil sócio-econômico dessa população (faixa etária, renda, nível educacional), identificar os hábitos de consumo dos freqüentadores da região.

Fatores de oferta: Adicionado ao conhecimento do potencial da região verificado na etapa anterior, é preciso mensurar a influência da concorrência na região. Se for bem atendida, quem são os players, como eles atuam, que espaço de mercado está disponível. A concorrência na região obrigatoriamente não é um fator negativo; ao contrário, muitas vezes verifica-se que a concentração de lojas de um mesmo segmento pode tornar a região um pólo de compras.

Fatores de custos: A análise do melhor ponto deve envolver também as condições de utilização do mesmo, inclusive aquelas que influenciam diretamente nos custos, seja no investimento inicial (luvas, obras, reformas, comunicação), seja no custo operacional (aluguel, impostos, etc...)

Além dos pontos acima citados, outras características devem ser observadas antes da efetivação de qualquer acordo comercial:

Visualização;
Facilidade de acesso;
Área para estacionamento;
Legislação local.
Conforme o segmento de atuação, a importância de cada uma das variáveis no resultado da franquia será distinta. A experiência do franqueador com sua unidade-piloto e o histórico de todas as unidades de rede devem ser considerados para dimensionar e mensurar essas variáveis e, se necessário, os serviços de empresas especializadas que podem complementar ou preencher as lacunas de informações para uma decisão bem amparada devem ser utilizados.

Análise do Pré-Contrato de Franquia e quando e como formalizá-lo?

Por Luciana Marques de Paula

O Pré-Contrato é um contrato provisório que contém os elementos essenciais do contrato definitivo, a ser assinado entre o franqueador e a pessoa física (investidor) interessada na franquia. Com ele, é possível concretizar o negócio com a certeza que as regras do jogo estão claras e acordadas. Após sua assinatura, o novo franqueado deverá abrir uma pessoa jurídica (empresa), que será a titular do Contrato de Franquia definitivo.

Os mecanismos para eficácia do Pré-Contrato são os mesmos do contrato definitivo, exceto a sua forma, pois se trata de um contrato mais simples e flexível. O respaldo legal é fornecido pelo artigo 462 do Código Civil Brasileiro, segundo o qual: 'o contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado'.

A vantagem do Pré-contrato de Franquia é que se a alguma das partes desistir do negócio já iniciado e por qualquer razão não mais assinar o contrato definitivo, o pré-contrato, neste caso, tem a força de contrato definitivo, podendo a parte que der causa ser acionada na Justiça a pagar todas as multas e danos em razão da desistência do negócio.

O Pré-contrato de Franquia foi valorizado em razão do contrato preliminar ter sido contemplado na nova legislação civil. Foi mais um cuidado que o legislador tomou para assegurar as relações negociais entre as partes contratantes.

Nas propostas de alteração da Lei 8955/94, o pré-contrato deixou de ser apenas um mero 'protocolo de intenções', sendo ampliado para dispor todas as condições do contrato definitivo, garantindo direitos, deveres e obrigações entre as partes. Nele, devem estar expressos todos os gastos com o investimento para implantação e operação da franquia, adiantamento de taxas e quaisquer outras despesas, prazo e todas informações já repassadas na Circular de Oferta de Franquia. Além disso, ele deve conter todas as cláusulas do contrato definitivo, tais como, condições de preço, forma de pagamento, sucessão, concorrência, sigilo, preferência, localização, descrição do negócio, investimento, retorno, renovação e as demais disposições transitórias que constituem a fase inicial da implantação da franquia, tais como a escolha do ponto, padronização e instalação, observados a legislação em vigor.

Uma das características do pré-contrato é o prazo que sempre será por tempo determinado, do contrário tornar-se-á definitivo - eis é a razão principal pela qual foi disciplinado no Novo Código Civil.

Um aspecto interessante que deve ser levado em consideração na elaboração do contrato é a eleição do Foro onde serão resolvidas as questões conflituosas, que porventura poderão ocorrer na relação contratual. A tendência hoje no sistema de Franquia é para a Justiça Privada, ou seja, os conflitos poderão ser resolvidos nas Câmaras de Mediação e Arbitragem, em razão da celeridade e do baixo custo do procedimento.

Contabilidade Empresarial - Benção ou Maldição?

Hoje pedi a um cliente uma posição sobre os resultados de sua empresa no ano passado. Ele me informou que ainda não tem os resultados porque a contabilidade de sua empresa "ainda não fechou". A posição da contabilidade foi "Ainda estamos em Março e temos até o mês que vem para fechar". Na verdade esse tempo a que se referiu o contador está relacionado ao prazo limite para entrega da Declaração de Imposto de Renda. A priori, os resultados de um período qualquer deveriam estar disponíveis para análise, isto é, fechados no máximo 10 dias depois de encerrado o mês de referência. Isso é o que ocorre como regra em países que têm como premissa o uso gerencial das informações contábeis e não somente a obrigatoriedade de uma contratação compulsória de uma categoria profissional para fins fiscais e tributários. Aliás, esse tipo de comentário só ocorre porque contabilidade de pequenas e médias empresas (até de algumas grandes) aqui no Brasil, em sua grande maioria, ainda serve somente para calcular os impostos a pagar. A contabilização dos gastos e receitas passou a ser elemento secundário dentro desse cenário. Quem quer informação contábil para gerenciar sua empresa, em geral, ou se conforma com uma defasagem mínima de 90 dias dos fatos ocorridos, ou cria subterfúgios como balanços e demonstrativos de resultados "provisórios".

A conformação de grande parte das empresas prestadoras de serviços de contabilidade quanto ao fato acima é uma tragédia nacional para a gestão das empresas. É necessário estar adequadamente enquadrado no regime fiscal e estar em dia com as obrigações tributárias, mas isso não deveria ser o principal foco dos trabalhos dos contabilistas. Esse é um dos custos ocultos tributários que ninguém comenta abertamente. A complexidade das normas e regras fiscais e tributárias dificulta em muito a vida da empresa e dos próprios contabilistas, entretanto, as informações contábeis também precisam ser disponibilizadas a tempo e contento para o gerenciamento adequado dos negócios.

Os balanços e demonstrativos de resultados são documentos oficiais e adequados para posicionar investidores, acionistas, sócios e outros interessados na empresa sobre a performance financeira e econômica passada da empresa. Servem até para se solicitar financiamentos bancários. Operações de compra e venda de empresas são muitíssimo dificultadas quando a contabilidade não está, por qualquer motivo, em ordem e em dia.

Penso que deveria partir dos empresários, principalmente os que estão à frente de pequenas e médias empresas, um movimento de inconformismo com a passividade das empresas de contabilidade e contabilistas que prestam serviços "somente para cumprir tabela fiscal". Ninguém cresce sendo mal assessorado. Exija qualidade e saiba se a qualidade exigida está à altura do prestador de serviços contratado. Se for o caso, pague mais por serviços de qualidade e tenha certeza que isso trará retorno à sua empresa. Profissionais mais qualificados, independente de quem sejam, promovem o crescimento sustentável das empresas, enquanto os "mais ou menos" fazem somente o mínimo necessário.

Marco Aurélio Militelli é consultor de empresas há mais de 20 anos e diretor-presidente da MILITELLI - Business Consulting. Especialista em estratégia empresarial,projetos e processos para modelagem e estruturação de negócios, reestruturação, planejamento e expansão empresarial, franchising, licenciamento, processos de fusão, cisão, incorporação e aquisição de empresas.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Como achar o melhor lugar para a minha empresa?

Shopping, internet, loja de rua ou bairro temático? Antes de tomar sua decisão, descubra quais os prós e contras de cada ponto de venda

por Ana Cristina Dib

R: Você decidiu abrir uma empresa. Já fez uma pesquisa de mercado, estudou o ramo em que irá atuar, sondou a concorrência e montou um plano de negócios. Agora falta tomar uma das decisões mais importantes: escolher o ponto ideal. Muitos empreendedores colocam tudo a perder por não dar a devida atenção a essa questão. O sonho da administradora Fabiana Neves, 33 anos, era ter uma loja de acessórios femininos. Em 2003, montou a Pink Bijoux, em São Paulo. “Escolhi uma rua movimentada, próxima ao metrô Tucuruvi. Havia um supermercado perto, com estacionamento grátis. Mas, poucos meses depois, o estacionamento passou a ser pago. Percebi também que o poder aquisitivo dos consumidores do bairro era baixo. Em um ano e três meses, fechei as portas”, diz. Segundo Wlamir Bello, consultor do Sebrae-SP, erros como esse são bastante recorrentes. Para evitá-los, é preciso conhecer bem a clientela, escolher um lugar de fácil acesso e analisar as condições do imóvel. Veja a seguir as dicas de especialistas para tomar a melhor decisão.

NO SHOPPING

O número de centros de compra no país não para de crescer. Até o final de 2011, 34 novos empreendimentos devem ser inaugurados, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Diante da expansão, tem muita gente sonhando em se instalar ao lado de uma praça de alimentação. Entre as vantagens estão o elevado fluxo de potenciais consumidores e as comodidades oferecidas aos clientes, como estacionamento, segurança e banheiros. Mas o empresário precisa ter em mente que os custos são altos: além do aluguel, é preciso pagar condomínio e taxas de publicidade. “Com uma boa dose de conforto e um mix equilibrado de lojas, os shoppings caíram no gosto do brasileiro. Mas quem opta por essa alternativa precisa analisar se as vendas vão compensar os gastos”, diz Wlamir Bello, do Sebrae-SP. Segundo o consultor, nem sempre o movimento corresponde às expectativas do empresário. Por isso é fundamental fazer uma pesquisa com os lojistas e se informar sobre as características dos frequentadores, como faixa de renda e perfil social.

Quando decidiu montar a Chopping, em 1993, o empresário Roberto Luperi, 51 anos, sabia que a escolha do ponto era crucial para o sucesso da choperia. Depois de um longo estudo, chegou à conclusão de que a melhor alternativa seria instalar-se no shopping Tamboré, em São Paulo. “O investimento foi alto, mas achei que valia a pena”, diz Luperi. “Era melhor do que correr o risco de não ter clientes. Logo na primeira semana, já conseguimos lotar a casa.” Segundo o empresário, sua principal preocupação é fazer a clientela entrar e permanecer no restaurante. “Na rua, se a espera é grande, a pessoa já parou o carro e acaba ficando. No shopping, quando há espera ou o atendimento não é satisfatório, o consumidor vai para o vizinho.” Hoje, Luperi é dono de cinco negócios voltados para o setor de alimentação, todos em shopping. Para este ano, prevê um faturamento de R$ 6 milhões.

FIQUE ATENTO > Verifique a localização exata do ponto: em certas “ruas” do shopping, o movimento é bem menor, daí o investimento pode não compensar. Uma boa ideia é ficar próximo a lojas de marcas famosas, praças de alimentação e grandes magazines.

NA RUA

A principal vantagem dessa opção é poder controlar as normas de funcionamento. “Em um shopping, o empreendedor deve seguir uma série de regras, como abrir aos domingos e feriados, respeitar ações publicitárias e participar de promoções”, diz Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio. “Na rua, ele tem mais liberdade para agir de acordo com sua própria conveniência. Em geral, os custos também costumam ser mais baixos.” Antes de tomar a decisão final, estude o perfil das pessoas que frequentam a região, observando o movimento em horários e dias diversos. Veja ainda se há lugar para parar o carro — se não houver, faça um convênio com estacionamentos próximos.

Antes de abrir uma franquia da Purifique, especializada em filtros, no bairro de Santana, em São Paulo, Julia Nakai, 59 anos, realizou uma pesquisa de mercado detalhada. “Ficava horas na calçada, verificando quantas pessoas passavam, se havia segurança e se o acesso era fácil. Dessa maneira, pude antecipar como seria minha clientela.” Há dois anos, a empreendedora montou na mesma rua uma unidade da franquia Takitá Milk Shakes. “Já estava familiarizada com o bairro e sabia que faltavam lanchonetes. Foi a minha chance de ampliar a área de atuação.”

Uma providência importante antes de comprar ou alugar o imóvel é verificar na prefeitura se não existe projeto de desapropriação ou mudança de sentido de via. “Isso evita ser pego de surpresa com um aviso para deixar a área, ou então ter as vendas prejudicadas por mudanças no tráfego”, diz Carvalho. Vale a pena ainda checar quem são seus vizinhos: se houver incompatibilidade entre os produtos que vocês oferecem, isso pode afastar a clientela. Uma butique sofisticada não deve ficar ao lado de uma peixaria, por exemplo. Estar próximo a padarias, pontos de táxi, correio, banco 24 horas e supermercados pode ser interessante.

FIQUE ATENTO > Nem sempre grandes avenidas, com elevado fluxo de veículos, são bons pontos de venda. Pelo contrário: pode ser difícil encontrar um lugar para estacionar. Tenha em mente que os clientes buscam comodidade e segurança na hora de fazer as compras.

NA INTERNET

Em 2010, o comércio eletrônico no Brasil teve uma taxa de crescimento de 35% em relação a 2009, segundo estimativa do instituto de pesquisa e-Bit (leia mais no quadro da página anterior). O aquecimento do setor faz com que muitos empreendedores decidam partir direto para a loja virtual. Eles levam em conta certas facilidades, como não precisar escolher a localização nem gastar com aluguel e vendedores.

Outro ponto positivo é poder atingir um maior número de consumidores e concorrer de igual para igual com empresas de grande porte. É preciso lembrar, porém, que o empresário será obrigado a criar estratégias de marketing para ser “encontrado” pelos internautas. “Na rede não tem ponto de venda, mas isso não significa que o negócio não precise ser visto”, afirma Gerson Rolim, consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. “Aos olhos dos usuários, o que não aparece na busca do Google simplesmente não existe. Por isso, é fundamental criar ações para se tornar conhecido. Invista nos buscadores, seja com compras de links patrocinados ou fazendo SEO (Search Engine Optimization), estratégia que deixa o site mais bem posicionado nas buscas.”

O e-commerce ainda estava bem no começo quando Douglas Pedrosa, 43 anos, decidiu montar em 2000 a loja virtual Uniflores. Sua intenção era oferecer ao consumidor um serviço que funcionasse 24 horas, sete dias por semana. Segundo Pedrosa, o principal equívoco de quem abre uma empresa na web é imaginar que ela exige menos cuidados do que um comércio tradicional. “A plataforma de vendas pode ser on-line, mas por trás existe sempre uma operação real, com funcionários, equipamentos e exigências legais”, diz. “Outro erro comum é não identificar qual o seu nicho de mercado”, afirma. Ainda de acordo com Pedrosa, os links patrocinados e anúncios pagos são uma boa forma de atrair novos clientes, mas é importante também focar na propaganda boca a boca. “Se você oferece um serviço de qualidade, é natural que as pessoas indiquem o site a amigos e conhecidos. Assim se torna mais fácil formar uma rede de consumidores fiéis”, afirma o empresário.

FIQUE ATENTO > O site precisa ter uma boa apresentação e ótima navegabilidade. O empresário também não pode se descuidar da logística. Numa loja virtual, o raio de abrangência é bem maior do que o de lojas comuns. Cumpra prazos de entrega e procure fazer parcerias com meios de pagamento seguros, para garantir o sucesso das transações financeiras.

EM RUAS TEMÁTICAS

Se o objetivo é atrair clientes que procuram um produto específico, pode valer a pena se instalar em ruas ou bairros espe-cializados em um determinado tipo de comércio. Uma loja isolada tem menos influência sobre o consumidor do que esses núcleos de compra. “Quando o cliente vai à rua 25 de Março, sabe que vai encontrar uma boa diversidade de artigos com preços competitivos. Por isso, visita mais de um estabelecimento, até decidir o que levar”, afirma o consultor do Sebrae-SP Wlamir Bello.

Quem resolve posicionar um negócio ao lado do concorrente precisa estar preparado para a com¬petição acirrada. Ao planejar a loja, crie algum tipo de diferencial para se destacar dos demais. “Os atrativos podem ser o preço, o bom atendimento, a qualidade dos produtos e serviços prestados. Pesquise os pontos fortes e fracos dos seus vizinhos e decida que vantagens irá oferecer ao cliente”, diz Bello.

Victor Lovato, 29 anos, instalou a sua loja de artigos infantis, a Companhia Baby, em uma rua no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Ele acredita que a localização foi um estímulo para aperfeiçoar o empreendimento. “Tenho vizinhos que competem diretamente comigo, por isso não posso dar bobeira. Faço um esforço constante para melhorar o atendimento, o mix de produtos e o visual da loja. Se estivesse em outro lugar, talvez minha postura fosse outra. Podia correr o risco de ficar acomodado”, diz. Para Lovato, a maior desvantagem dos endereços temáticos é a concorrência desleal. “É comum alguns lojistas fazerem promoções abaixo do custo só para prejudicar a vizinhança”, diz.

FIQUE ATENTO > Quando não há competição por perto, o poder de negociação da empresa é maior. Se o cliente não efetuar a compra, terá de se deslocar até outro local. Já nas ruas temáticas, quem leva vantagem é o consumidor. Se algo não lhe agrada, ele vai para o estabelecimento ao lado. Por isso, esteja sempre preparado para oferecer novidades.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

10 motivos errados para empreender

O empreendedorismo está conquistando o respeito e os incentivos merecidos aqui no Brasil. Isso é bom. Mas também tem surgido uma euforia coletiva que transmite a falsa impressão de que empreender é fácil e de que todos vão ser bem-sucedidos. Isso é ruim. Criar uma empresa é mais difícil do que aturar emprego chato, chefe mala e colega fofoqueiro. Exige disposição para trabalhar sem parar, conhecimento técnico e de mercado, além de uma capacidade colossal de assumir riscos e aguentar a taquicardia.
Brincadeiras à parte, vale a pena uma reflexão antes de decidir por começar a empreitada. Será que criar uma empresa é o que você realmente quer ou uma projeção de sonhos de riqueza, realização e sucesso? Já entrevistei grandes investidores que me disseram: “Aposto em pessoas que querem construir um projeto e cuidar dele. Quem vai atrás de ficar rico ou famoso é descartado de cara”. Claro que todo empreendedor quer ganhar dinheiro e ter reconhecimento, mas essas não podem ser as motivações principais. Uma empresa é como um filho: exige amor, rouba o tempo, dá dor de cabeça e precisa de atenção integral.

Em uma pesquisa pela internet, deparei-me com um texto despretensioso, mas muito coerente, de uma rede americana de apoio a empreendedores chamada Startup Professionals. Eles elencam dez pontos de vista assumidos por empreendedores que, em vez de trazer sucesso, provavelmente farão com que eles fechem a empresa pouco tempo depois de abri-la. Confira.
1 – Estou cansado de trabalhar muito e ficar estressado o tempo todo
Abrir um negócio e fazê-lo crescer dá mais trabalho do que permanecer em qualquer emprego. Se trabalhar menos é o motivo de você querer abrir um negócio, não o faça. Melhor entender os motivos do seu cansaço e estresse. Problemas pessoais e de saúde não vão embora quando se abre uma empresa. Pelo contrário, podem até piorar.
2 – É o meu hobby, por que não transformá-lo em um negócio
A maior parte dos passatempos consome dinheiro, em vez de gerá-lo. Claro, trabalhar com algo de que se goste é importante, mas só amor não garante compromisso, qualidade e eficiência. Uma coisa é fazer algo por lazer. Ganhar dinheiro para pagar as contas é bem diferente. E ainda há a questão de mercado: não é só porque você gosta de fazer algo que as pessoas vão gostar de pagar por isso.
3 – Não consigo encontrar um emprego no qual me encaixe
Pode ser que esteja difícil encontrar um emprego ou que seja difícil se adequar ao mundo corporativo. Mas fugir dos problemas não é a solução. Os problemas também existem nos negócios e os prejuízos são piores. Fora que o desespero não é um estado de espírito propício ao empreendedorismo e talvez lhe falte a resiliência necessária para administrar a empresa.
4 – Minha família sempre esteve nos negócios, então está no DNA
Há teorias que dizem que os bons empreendedores nasceram com características específicas, que os tornam mais propensos a vencer nos negócios. Mas não há comprovação científica disso nem se sabe se esses predicados são passados de pais para filhos. Se sua paixão não está nos negócios, não tente assumir a empresa da família.
5 – Herdei um dinheiro e começar um negócio pode ser um bom investimento
É impossível começar um negócio sem capital, mas ter o dinheiro não quer dizer que você pode abrir uma empresa. Aprender a administrar uma empresa não acontece de um dia para o outro. Se o objetivo é investir o dinheiro, uma aplicação financeira pode ser mais interessante. Ou fazer um aporte em uma startup já consolidada.
6 – Tenho tempo livre e preciso de renda extra
Ser empreendedor não é ter um emprego em período parcial. E uma startup é uma segunda fonte de gastos, em vez de receita. Para complementar o orçamento, melhor seria ter um emprego em período parcial em uma empresa já existente.
7 – Odeio ter chefe e ser apenas um empregado
Não comece um negócio para aumentar sua autoestima e ter mais poder. Quem abre um negócio ganha muitos novos patrões: clientes, fornecedores, credores, investidores, sócios. Lidar com eles pode ser mais complicado do que com o antigo chefe.
8 – Todos meus amigos têm bons negócios e aparentam estar indo bem
Ninguém deveria acreditar em toda a euforia e a aparência. Nem no que é dito nas rodas de conversa. Até os amigos sinceros podem esquecer, ou omitir, todo o sacrifício e sofrimento que precederam o sucesso recente. Pior: quem disse que ele não está escondendo coisas por vergonha de dizer que a empresa anda patinando?
9 – Quero ser rico, por isso vou abrir um negócio
Ser empresário não é garantia nenhuma de fazer fortuna. Também não há evidências de que os empreendedores vão ganhar mais dinheiro que outros profissionais. Alguns vão ficar milionários, mas a maioria vai fechar a empresa no meio do caminho. Há muitos riscos em abrir um negócio. Na verdade, boa parte perde dinheiro em vez de ganhar.
10 – Quero contribuir para a sociedade com uma empresa inovadora
É uma atitude louvável, porém mais eficiente seria ter esse pensamento depois de construir uma empresa de sucesso, não antes. Se mudar o mundo é sua principal motivação e ganhar dinheiro é uma pequena preocupação, faça isso sem ter um negócio – com problemas e responsabilidades – para desviá-lo dos objetivos.