quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O papel da Gestão de Pessoas na prevenção de fraudes corporativas

Em cada dez empresas brasileiras, ao menos sete foram vítimas de algum tipo de fraude interna nos últimos dois anos. São funcionários e prestadores de serviços – muitas vezes com mais de dez anos de casa – que falsificam documentos e notas fiscais, adulteram cheques, desviam ativos, mentem nas despesas pessoais, entre outros tipos de crimes cometidos contra o patrimônio da empresa, que, na grande maioria dos casos, não consegue recuperar os valores desviados e ainda teme levar a denúncia para a esfera policial. Para especialistas no tema, a contribuição do RH é primordial para tentar minimizar a ocorrência desses crimes, num processo que envolve desde a contratação até a divulgação da política da organização em relação a fraudes.
Os resultados de uma ampla pesquisa sobre o assunto no Brasil, realizada pela KPMG, foram divulgados recentemente e mostram também a preocupação das empresas com a ocorrência de fraudes futuras: metade dos executivos entrevistados acredita que esse tipo de crime tende a crescer, ao mesmo tempo que 64% reconhece a insuficiência de controles internos, como uma circunstância facilitadora. “Nenhuma empresa consegue erradicar a fraude, mas é possível diminuir os riscos. A fraude em si é cometida por um indivíduo, uma pessoa, e não por um sistema”, aponta o sócio da KPMG no Brasil, Werner Scharrer. Para ele, uma grande parcela dos fraudadores poderia ser identificada ainda durante o processo de contratação. No entanto, o filtro tradicional de consulta de antecedentes criminais e do nome limpo na praça não é suficiente. “Isso é uma fotografia do momento, não mostra qual a atitude. Em muitos casos, o fraudador foi demitido da empresa anterior pelas mesmas questões”, explica o executivo. Por isso, ele acredita que é preciso traçar um perfil desse futuro funcionário conversando com antigos empregadores e buscando outras referências.
As fraudes no cenário empresarial são situações muito mais comuns do que se imagina. Embora muitos empresários e gestores acreditem que são imunes ao risco, por conhecerem todos os processos de sua organização, a prática de fraudes pode ocorrer em empresas de qualquer porte ou segmento. As organizações no Brasil têm enfrentado diversos obstáculos administrativos, financeiros e econômicos nos últimos anos. Dentre eles, a fraude corporativa ganha destaque e aparece em escala progressiva.
Diversas empresas de auditoria estudam as fraudes internas e as comprovam estatisticamente. Constatam as questões relacionadas à gestão da empresa, os atos fraudulentos e as medidas punitivas eventualmente tomadas para o combate desse crime.
De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Kroll Advisory, 74% das empresas latino-americanas são afetadas por fraudes corporativas. As áreas de maior vulnerabilidade, segundo o levantamento, são corrupção e suborno (70%), desvios de ativos ou de estoques (58%) e conflito de interesses (53%).
Ao menos 34% das empresas no mundo já foram alvo de fraudes corporativas e, dessas, mais da metade teve problemas do tipo envolvendo os próprios funcionários. Dados da pesquisa Global Economic Crime Survey 2011 mostram que uma em cada dez companhias que revelaram ter sido vítimas de fraudes sofreu prejuízos de mais de US$ 5 milhões.

Fonte: http://www.corpbusiness.com.br/evento/riscos_fraudes/apresentacao.php

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